Hoje vou iniciar elogiando os avanços e conquistas no campo da acessibilidade na última década. Muitas praças, parques, ônibus, escolas, universidades, padarias, calçadas, etc., hoje possuem um alto grau de acessibilidade, isso graças aos investimentos do Estado e a conscientização (através da fiscalização, parca porém existente) da população. Até aqui tudo bem, embora tenhamos muito no que avançar. Mas este “tudo bem” possui ressalvas: Qual é a dificuldade em se fazer direito? Em executar um projeto corretamente?
Nove entre 10 rampas tem problemas de execução, como corrimão em altura inadequada, inexistência de piso tátil de alerta no início e no final da rampa, sempre falta guia de balizamento, e por aí vai…
Salvo exceções, não estamos falando de projetos mirabolantes, com alta complexidade para execução, e sim de rampas, corrimãos, aplicação de sinalização tátil, pisos antiderrapantes, pisos regulares, calçadas com largura mínima para a circulação de pessoas a pé, em carrinho de bebê ou em cadeira de rodas. Muitas cidades ainda insistem em executar calçadas novas, em bairros recém-urbanizados com 1 metro de largura, sem rebaixamento de calçada, e ainda com o poste de iluminação no meio dela. Como assim?
Estamos na era da informação, então por que não buscá-la na internet? Pedir auxílio ao Santo Google? Ou ainda, por que não contratar um ser pensante para gerenciar a aplicação dos recursos e fiscalizar a execução da obra, principalmente nos pequenos municípios? Enfatizo os pequenos municípios porque podem crescer já com o conceito da inclusão e da acessibilidade incorporados e a um custo baixíssimo se comparado as adaptações e correções que os municípios de médio e grande porte devem promover. Crescer adequadamente significa também ter atenção aos projetos e à execução das questões de acessibilidade, pois 1 cm pode ser a linha que separa o que é acessível do que não é.