O país receberá em breve os dois maiores eventos esportivos do mundo, a Copa do mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e com isso, receberemos muitos turistas e muitos deles serão pessoas com deficiência, então vamos imaginar qual será a jornada que estas pessoas enfrentarão.
Ao desembarcar, os aeroportos deverão ter “ambulifits” (Unidade motorizada de transporte de passageiros com deficiência ou mobilidade reduzida para aviões comerciais) em quantidade adequada á demanda. Chegando ao hotel, este deve ter suítes acessíveis assim como toda a área comum e de lazer também devem ser acessíveis. Para relembrar, a definição de acessível segundo a NBR 9050 é: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessível implica tanto acessibilidade física como de comunicação.
Quanto aos estádios, estes deveriam, desde sua concepção ser totalmente acessíveis, vejam o que diz o item 6.4 caderno de encargos FIFA 5ª Edição:
Um especialista em acessibilidade DEVE ser consultado para determinar que o projeto do estádio esteja em conformidade com os padrões internacionalmente admissíveis.
Compartilho com Allan Matheus, um dos maiores especialistas em acessibilidade da Europa, sua definição: Um estádio acessível, é aquele que se preocupa com “A experiência Completa do Visitante”.
Além das considerações citadas anteriormente, esta Experiência Completa se refere também á compra dos ingressos, através de sites acessíveis; ao transporte público acessível, Acesso á programação nos dias de jogos, App’s para celular, sinalização adequada em dois idiomas, ao deslocamento da Pessoa com Deficiência em meio á multidão concentrada no entorno dos estádios e ao acesso físico ao local do evento propriamente dito com informações claras através de pisos direcionais e alerta, Legendas nos telões, interpretes de LIBRAS e Sistema de fones de ouvido para Deficientes Visuais.
Para eventos deste porte a segurança do torcedor é fundamental, até aqui falamos em como levar a Pessoa com Deficiência ao evento, mas como protegê-las em caso de tumulto?
Treinar policiais e seguranças destacados especialmente para atender este público.
Área de refúgio com acesso direto para uma saída, destinada a manter em segurança pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, enquanto aguardam socorro em situação de sinistro, prevendo também uma área para o acompanhante e sistemas de comunicação, interligado à brigada de segurança.
Estes são apenas alguns pontos a serem observados, mas a complexidade ainda é maior que a apresentada, por isso a consultoria de um profissional especializado em acessibilidade é importante para que a experiência do torcedor com deficiência seja completa.